Vivenciamos a cultura da transitoriedade e imediatismo na qual nos
desdobramos ante à fugacidade dos fatos, onde o sucesso repentino e
desestruturado se apresenta na notoriedade dos 15 minutos de fama,
estabelecendo-se, principalmente, através da exposição ampla nos vários canais
da internet, dentre os quais, redes sociais, blogs, etc., assim como no mundo
globalizado. Nesses termos, podemos considerar que o sucesso ocorre de maneira
democrática, onde cada qual se expõe como quer e fala o que quiser, havendo
então, uma seleção natural segundo às demandas vigentes.
Observarmos a necessidade do sucesso nosso de cada dia e a busca de tal
valoração não circunda apenas em ser notado e reconhecido, mas também
reverenciado e exaltado. Algumas pessoas precisam de notoriedade, estar em foco
e "brilhar". Sem dúvida, é natural se destacar através de determinada
capacidade, eficiência, aparência, dom, aptidão, atributo, etc. Sim, a velha
questão da meritocracia, entretanto, o modo pelo qual o sucesso é interpretado
e atribuído que considero cansativo.
Uma
curiosidade: por que as pessoas fazem tanta questão de sucesso? É comum
observarmos que o valor de alguém seja estabelecido em relação ao sucesso que
possui em determinada área, não importa qual esta seja.
Uma confissão: existem determinadas ocasiões comemorativas em que as pessoas
costumam fazer votos de, entre outras coisas, sucesso. Aí, penso comigo:
"por que não desejar apenas felicidade, realizações, saúde, coisas boas,
etc... ?"
Elaborando um paradoxo, bem viajandão, admito, ao nos sobressairmos não
implica necessariamente em ter sucesso. Ser bem sucedido traduz-se em obter um
resultado positivo dentro daquilo em que alguém se propõe. Fazer bem feito,
diria, e ser bem resolvido em relação à tal atribuição. Ser responsável em
produzir algo bem sobre o qual se obtém um resultado esperado, deve ser, em
primeira instância, uma realização pessoal longe da avaliação de terceiros. Ter
consciência do mérito e eficiência próprios deve ser motivo para que uma pessoa
se considere bem sucedida. Realizada.
Contudo, sem demagogia, parece que apenas tal realização pessoal não é
suficiente, pois prima-se pelos holofotes. Há indivíduos que necessitam do
amplo reconhecimento o qual o sucesso proporciona. Buscam estar sempre em
destaque, e, ser bom não basta mas precisam ser "o melhor". Muito
jogo de cintura para lidar com tanta vaidade. Talvez um olhar mais abrangente
nos permita compreender a necessidade de aceitação, aprovação e reconhecimento
amplo do outro. Necessidade de corresponder às expectativas. E como tais
expectativas podem ser exigentes! As pessoas as quais buscam tal idealização
acabam por tornar-se cansativas para com aquelas que convivem consigo, pois
estão sempre procurando se destacar em uma competitividade exaustiva e que lhes
proporcione notoriedade e sucesso. Enquanto seres sociais, o olhar do
outro também nos constitui, contudo, não deve ser determinante. Quando alguém é
ciente e seguro de suas potencialidades, não precisa ficar sendo exaltado e
reconhecido publicamente como observamos comumente à nossa volta, onde lemos
implicitamente: "me admirem, me amem..."